Infelizmente, frequentemente por falta de conhecimento, muitos pais só levam seus filhos ao médico quando eles apresentam sintomas de doença. Com isso, desde o nascimento, muitas crianças são privadas do mais importante: as prevenções primárias, como vacinações, orientações para hábitos de vida mais saudável, entre outros.
Quanto mais cedo iniciarmos as visitas regulares com a criança, maiores serão as chances de promover sua saúde e qualidade de vida. Esse tipo de cuidado começa antes mesmo do nascimento do bebê, no pré-natal, e é muito importante que um pediatra faça esse acompanhamento.
Nesse contexto, pesquisas apontam uma tendência maior dos pais de substituírem a consulta ao pediatra no consultório pelo atendimento hospitalar. Esse tipo de troca pode trazer riscos à saúde das crianças, pois menores de três anos têm mais probabilidade de serem hospitalizados e a chance de sofrerem com doenças crônicas, como asma, dores abdominais recorrentes etc, dobra.
O atendimento hospitalar, mesmo que seja adequado, não pode substituir a ida ao pediatra no consultório. É importante que a criança seja acompanhada por um profissional envolvido com o seu histórico. Assim, essas consultas regulares poderão prevenir ou detectar precocemente algumas doenças, permitir tratamentos mais adequados e com mais chances de plena recuperação.
A Sociedade Brasileira de Pediatria tem uma regra geral sobre o número de visitas:
- 5, 15 e 30 dias - 3 consultas
- 2 aos 6 meses - 1 vez ao mês
- Após os 7 meses - 1 vez a cada 2 meses
- A partir dos 2 anos - 1 vez a cada 3 meses
- A partir dos 6 anos - 1 vez por semestre
- Dos 7 aos 18/19 anos - 1 vez ao ano
Nessas consultas, o pediatra monitora o crescimento e o desenvolvimento dos bebês desde o nascimento, esclarecendo dúvidas, dando orientações sobre vacinas, sono, alimentação, prevenção de doenças, acidentes, entre outras. Principalmente, serão analisados:
Crescimento:
avalia o ganho de peso e estatura, compara os dados obtidos nas consultas anteriores e os correlaciona com o esperado para a idade, por meio das curvas de crescimento.
Desenvolvimento:
esta é uma avaliação das habilidades cognitivas, motoras e de interação social (por exemplo, falar, andar e outras habilidades esperadas para a idade). Para verificar se a criança está atingindo os marcos de cada estágio de desenvolvimento, o pediatra coletará informações dos familiares e, caso necessário, escolares também.
Alimentação:
ele avalia os hábitos alimentares da criança e recomenda aos pais alimentos adequados e não adequados para a idade, pois é nessa fase que alguns pais introduzem alguns alimentos pouco saudáveis. Assim, por meio de instrução adequada, esses maus hábitos poderão ser mudados, a fim de trazer melhor saúde e qualidade de vida.
Vacinação:
a vacinação na infância é de extrema importância, pois a imunização previne e evita diversas doenças nos pequenos, sobretudo os que têm o sistema imunológico mais vulnerável. O controle dos cartões de vacinação e a verificação das vacinas em atraso fazem parte do serviço de aconselhamento pediátrico.
O pediatra também poderá apontar outras vacinas que não constam no calendário do Ministério da Saúde, mas que estão disponíveis na rede de saúde privada. Ele vai avaliar várias situações em que a vacina não é recomendada ou precisa ser substituída (no caso de baixa imunidade e alergias). Portanto, é necessário consultá-lo com frequência para que ele avalie a criança.
Escolha um médico de confiança, com o qual você se sinta confortável para acompanhar seu filho até a puberdade, pois confiança, empatia e um bom diálogo são essenciais na relação entre médico e família.
Por fim, lembre-se de que as consultas ao pediatra não são somente em caso de doenças: as visitas regulares são essenciais para toda criança e adolescente. Não deixe de levar seus filhos!